Por Renata de Sá
No último final de semana, Vitória recebeu um dos espetáculos mais marcantes do ano: a turnê Amorosa, de Paula Toller. A apresentação, que celebrou os 40 anos de carreira da artista, reuniu fãs de diversas gerações e emocionou o público com um repertório repleto de sucessos que atravessam o tempo com sensibilidade e vigor.
Antes do show, Paula conversou conosco e compartilhou os bastidores desse projeto tão especial. “Comemoro 40 anos de carreira com um repertório cheio de grandes sucessos. Tem músicas de todas as décadas, os últimos lançamentos e homenagens a alguns ídolos”, contou. No palco capixaba, ela cumpriu a promessa com um espetáculo impecável, unindo emoção, carisma e uma sonoridade envolvente.
A direção musical ficou por conta de Liminha, dos Mutantes, que também participou da apresentação como músico. Já o cenário — um dos pontos altos da noite — levou a assinatura do renomado Gringo Cardia. Com arranjos orgânicos e potentes, que misturam pop e rock com violões que soam como guitarras, Paula reafirmou sua identidade artística e musical.
“É tudo tocado e cantado de verdade. É pop e rock com violões que mais parecem guitarras”, disse, dias antes de subir ao palco.
Durante a conversa, Paula também refletiu sobre os desafios de manter uma carreira sólida na música brasileira.
“O maior desafio é acreditar na sua música como uma coisa honesta, que foi feita artesanalmente, e que dura gerações porque fala de temas universais”, afirmou. Sem se prender a modismos, ela valoriza a autenticidade e se mantém conectada com o público jovem — que segue recriando seus clássicos nas redes sociais.
O show em Vitória teve um sabor especial, marcado pela empolgação do público e pela energia contagiante da artista. “Espero um público muito animado!”, disse na véspera do evento — e foi exatamente isso que encontrou: uma plateia à beira-mar cantando em uníssono, revivendo lembranças e celebrando uma das maiores vozes da música brasileira.
Paula Toller mostrou que sua trajetória é feita de verdade, talento e conexão com quem a acompanha — seja desde os tempos do Kid Abelha ou por meio das novas gerações que agora descobrem, em seus quartos, as músicas que falam de amor, tempo e sentimento.
E Vitória foi, sem dúvida, cenário à altura dessa história.