Espaço Patrick Ribeiro | Paulinho da Viola – Quando o samba chama
Na rica poesia de Paulinho da Viola, o mar emerge como um poderoso símbolo de grandeza, mistério, destino e imaginação. Em canções como “Mar Grande”, “Cidade Submersa”, “Timoneiro”, “Pra Jogar no Oceano” e “Argumento”, a força das águas torna-se uma metáfora profunda que explora as complexidades do amor e do destino.
Outra metáfora, menos conhecida, que permeia a obra de Paulinho é a da chama. Diferente do fogo, que brilha intensamente, representando paixão, impulso e desejo, a chama é o que permanece aceso por muito mais tempo; é a sobrevivência de uma luz que, mesmo quando parece prestes a se apagar, ainda resplandece em seu íntimo. A chama simboliza o que é eterno, ao contrário do fogo que queima de forma abrupta. Essa chama do samba continua viva em Paulinho da Viola, que se aproxima de completar seis décadas de uma carreira brilhante. Essa luz não apenas o ilumina, mas também o convoca a, como diz um de seus versos, repartir seu brilho:
“Mas se o tempo se acha no sol do poente
E do céu se retira um pedaço do azul
O poeta ressurge e lança no ar a semente
E reparte feliz a sua luz.”
Quando o samba chama (Paulinho da Viola)
Neste novo show, “Quando o Samba Chama,” Paulinho da Viola busca resgatar sambas que há tempos não toca em seus palcos, ao mesmo tempo em que apresenta seus grandes sucessos, que são essenciais e eternamente esperados, como “Foi um Rio que Passou em Minha Vida”, “Argumento”, “Onde a Dor Não Tem Razão” e “Pecado Capital”, entre outros. Este espetáculo é um convite para celebrar a luz que o poeta compartilha tanto com seu público fiel, que o acompanha há anos, quanto com aqueles que, a cada dia, se deparam com um novo mar de poesia e música que Paulinho da Viola tem a oferecer.